O coração do Centro Histórico pulsou diferente na noite de domingo, 23 de junho. O penúltimo dia da programação junina levou ao palco principal atrações como Falamansa, Alceu Valença e o jovem sanfoneiro Zé Duarte — e transformou o Pelô em um santuário vibrante da cultura nordestina. Com as ladeiras tomadas por gente de todas as idades, bandeirolas dançando com o vento e o cheiro de amendoim e milho no ar, o bairro virou cenário de um espetáculo popular que misturou tradição, poesia e celebração coletiva.

Foi uma noite sem pressa. Enquanto os primeiros acordes da sanfona ecoavam pela Rua das Laranjeiras, o Largo do Pelourinho se enchia de passos tranquilos, copos cheios e abraços demorados. Quando Falamansa subiu ao palco, o público já estava entregue. O grupo, que há décadas traduz o forró com leveza e alegria, fez todo mundo dançar como se fosse São João desde o início do mês. Já Alceu Valença, com sua capa vermelha e aura mítica, fez mais do que cantar: conduziu um ritual de pertencimento. De “Anunciação” a “La Belle de Jour”, cada música foi recebida como uma declaração de amor à festa e ao povo que a sustenta. E entre os veteranos, Zé Duarte mostrou que o futuro do forró está bem guardado: repertório firme, carisma de sobra e uma sanfona que parece ter nascido em seu colo.

Mas a beleza da noite não estava só nos palcos. Comerciantes da região, em especial os do entorno das praças e becos, comemoraram o fluxo constante de público. Restaurantes e bares lotados, ambulantes vendendo até o último licor, artesãos aproveitando o movimento para expor suas peças — o São João no Pelourinho movimenta a economia como poucos eventos ao longo do ano. E se o lucro não é milionário, é ao menos digno, sustentável e distribuído. Numa cidade marcada por contrastes, o São João no Centro Histórico é um gesto de equilíbrio entre cultura, renda e dignidade.

Mais do que números, o que se viveu foi uma entrega coletiva à alegria. Havia turistas encantados com a beleza do lugar, havia moradores emocionados com a força da tradição e havia, sobretudo, um sentimento difuso de que tudo aquilo precisa continuar. O São João do Pelô não é só uma festa: é resistência em forma de celebração, é memória cantada em coro, é Salvador dizendo que sabe cuidar do que tem de mais precioso — sua cultura viva, popular e ancestral.

E ainda não acabou. Nesta segunda-feira (24), dia de São João, o Pelourinho volta a respirar festa no seu último suspiro junino de 2025. A programação se encerrará oficialmente com mais shows, mais encontros e, sem dúvida, mais momentos que vão se fixar na memória de quem estiver por lá. Quem viveu o dia 23 já sabe o caminho. Quem ainda não foi, ainda tem tempo. Porque no Pelô, São João não termina — ele se transforma em saudade e promessa. E 2026 já começa a nascer no calor dessas ruas.

Esse último dia no Pelourinho é a sua chance de viver de perto a magia do São João no coração histórico de Salvador — aquelas ruas coloridas, o cheirinho das comidas típicas e uma energia que só quem já foi sabe. Segundo, a programação tá caprichada e vai fechar a festa com chave de ouro, misturando tradição e novidade, pra garantir que você saia com histórias inesquecíveis pra contar. Então, bora?

SÃO JOÃO NO PELÔ uma realização da 585 Studios, com apoio do Governo do Estado, através da Superintendência de Fomento ao Turismo – Sufotur.